sexta-feira, 27 de maio de 2011

Oswaldo complementa: "como existe uma limitação de movimentos por falta de sensibilidade, a atenção ao corpo do outro é mais relevante para não se forçar algum movimento que machuque o genital"
Márcia Gori, presidente do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de São José do Rio Preto e apresentadora do programa Diversidade Atual, na RPTV, canal 30, vai no mesmo caminho: "não vamos ter impulsividade com pessoas que têm fragilidade, mas o sexo pode ser satisfatório se existir vontade e delicadeza de ambas as partes. É preciso saber ouvir, sentir, curtir, gostar e desejar, e a pessoa com deficiência pode conduzir o parceiro nas posições mais agradáveis".
 

Paraplégica desde os 19 anos, quando sofreu um acidente de carro, ela já teve relações sexuais tanto com parceiros com deficiência quanto sem. "Nos dois casos é importantíssimo que um conheça os gostos e as limitações do outro - desse modo, a chance de acertar na hora do sexo é bem maior. E há algumas regrinhas práticas antes do rala e rola: esvaziar a bexiga e estar com o intestino limpo são cuidados importantes para não acontecerem acidentes desagradáveis", ensina. Quanto às posições, os especialistas apontam que o conforto e a sensibilidade devem dosar a relação, já que, quanto mais confortável o parceiro estiver, melhores serão as chances de satisfação no ato. Oswaldo dá uma boa dica: "Pessoas com lesões medulares podem fazer bom uso de cadeiras de balanço, dessas que a gente encontra em parques de diversão de crianças. Seria necessária uma adaptação no quarto com estes assentos móveis, mas o esforço compensa, já que permitirão um tipo de movimento mais fácil durante a relação".
Juliana também opina: "As posições mais confortáveis para o cadeirante são por baixo, de ladinho e aquela em que ficamos de perna aberta e barriga para baixo". Se a falta de movimento já não permite mais à pessoa mexer a cintura, Cinthya tem a solução: "um travesseiro embaixo do quadril pode fazer milagres".
Os cuidados que a relação sexual com uma pessoa com deficiência física pede não devem ser encarados como perda ou algo de outro mundo. Pelo contrário. Todas as cautelas devem ser tomadas para que a relação não gere cansaço, dificuldades, desconforto, dores e desânimo - como em qualquer transa. "Uma relação com uma pessoa com deficiência vai requerer uma ação mais longa de cuidados, carinhos e preliminares. Massagens com óleos, talcos e outros materiais que despertem satisfação e prazer por outras janelas sensoriais (olfato, audição, tato, visão, paladar) vão potencializar o clima e o prazer para a parceria", diz Linhares.

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